Prossigamos em nosso estudo sobre a diversão e o lazer do crente.
Os jogos de RPG é o tema de hoje (role playing game), jogo de interpretação de personagens onde o jogador pode ser o mocinho, o bandido, mago, fada, anjo, demônio, enfim, o que ele quiser.
Como não há uma disputa direta entre os jogadores e é necessário usar a imaginação, o RPG é considerado por alguns uma saudável maneira de desenvolver a criatividade e o trabalho em equipe, ele pode ser jogado por cartas, tabuleiro e até no vídeo game (que hoje é o mais comum)
O Texto de Deuteronômio 18 e 1 Tessalonicenses 5. é usado por algumas pessoas para condenar essa prática, este jogo pode influenciar um jogador cristão e prejudicar a sua fé?
O que podemos dizer sobre esta situação que envolve diversão, e agora diversão voltada para o jogo, e o jogo particularmente o RPG.
A diversão, o prazer, a alegria, é algo natural e que faz parte do ser humano, inclusive os próprios jogos, sempre existiram em todas as civilizações e isso é uma realidade do mundo antigo inclusive de Israel.
No entanto, o que acontece é que quando certas pessoas tem dificuldades, lacunas, problemas, situações peculiares de sua personalidade, quando elas vão se envolver com a diversão, nem sempre elas fazem isso de maneira saudável e muitas vezes é o que acontece com o jogo também, se tem, por exemplo, diversos jogos que viciam, mas viciam porque a pessoa não tá com essa bola toda, ela é frágil neste aspecto.
Então, eu diria que o RPG é um jogo que é um pouquinho mais perigoso, porque ele acaba sendo um tanto quanto fascinante, mexe demais com a imaginação, eu não vou dizer que é uma coisa absurda, totalmente proibida.
Creio que textos como o de Deuteronômio e 1 Tessalonicenses não estão falando desse assunto, as referências são genéricas demais para a gente fazer uma aplicação assim direta destes textos, a pessoa tem que ficar de olho e ter uma atitude de bom senso, o que a bíblia de fato nos orienta? Que qualquer coisa que vier me dominar 1 Coríntios 6 “Todas as coisas me são permitidas, mas nem tudo me convém” e ai vem o mais importante: - Eu não me deixarei dominar por nenhuma delas! Quer dizer, seu eu for jogar e me envolver de tal maneira que isso começa a atrapalhar minha vida, que começa a fazer mal pra minha cabeça, que ai eu já nem sei mais quem sou eu, começo a fazer papeis que me confundam, a ponto de não saber quando é o jogo e quando é a vida real, ai tá na hora da pessoa dá um tempo, e ele não pode perder a perspectiva de que Deus deve ter prioridade e ele precisa conduzir a sua vida por princípios cristãos, então, toda vez que a diversão e o jogo começar a tomar um espaço problemático, é hora de botar o pé no freio.
Existem determinados grupos que condenam determinadas práticas esportivas por diversas razões, vestimenta usada no esporte inadequada para o cristão e competição prejudicaria a comunhão, como até vemos e presenciamos casos de brigas entre Igrejas por uma partida de determinada modalidade esportiva e entre outros problemas e argumentos, a pergunta que se faz é: algum deles encontra base na bíblia?
Discutindo sobre a questão do esporte, o 1º problema que aparece ai é a questão de vestimenta, vestimenta é algo que merece atenção? Sim, merece atenção, é claro! Claramente Pedro diz que a pessoa não deve se vestir de uma maneira a provocar problemas para os outros, a vestimenta do cristão deve ser algo sóbrio, deve algo que não seja uma exploração sensual ou erótica, então isso continua parâmetro bíblico.
Agora, a questão é como isso se ajusta, se encaixa em determinados contextos? Quando estou na minha casa num sábado à tarde, deitado no sofá, existe uma vestimenta que faz sentido ali, quando estou sozinho no banheiro tomando banho, ai meus trajes tem outros parâmetros; agora se estou numa formatura, se estou num julgamento no fórum, se estou numa espécie de reunião religiosa solene, todo mundo o que o bom senso manda.
Acontece que a bíblia não dá um parâmetro, em um livro com perspectivas legalista diria: “olha, a roupa do homem, a roupa da mulher, deve ter esse comprimento, não pode passar daqui, não pode passar de lá” mas Jesus mostrou que esse tipo de enfoque não é bem a proposta dele, porque o problema do ser humano está muito mais na interioridade do que na exterioridade, então temos que ter um bom senso, é possível usar uma vestimenta para praticar um esporte que não seja pra lá de escandalosa, existem maiôs e maiôs, alguns inclusive nem são maiôs, são biquenôs, são coisas que desaparecem, existem roupas de esporte que são adequadas e outras que são exageradas, então é necessário a pessoa ter um bom senso sobre essa questão.
Mas e a competição, atrapalha a comunhão? Não, não é bem assim, há controvérsias! Como é que você faz na sua vida? Ao prestar o vestibular você diz, a não vou prestar vestibular porque tem muita competição... competição não é bíblico, então tem que todo mundo dar as mãos e entrar junto na faculdade.. ninguém pensa assim! Ninguém vai fazer uma entrevista de emprego, baseado em que: -Olha, o Sr. Tem que gostar de mim porque sou lindo e maravilhoso entende? E esse negócio de competição tá por fora.. não, num dá!
Você precisa crescer e se desenvolver e o que você faz têm valor, agora, quando um cristão, porque ele se deu bem, se desenvolveu, tem bastante crescimento pessoal, ele age de maneira orgulhosa, problemática, atribui todo o seu sucesso a si mesmo, se torna um pecado, não é necessário que todo mundo seja absolutamente idêntico, como se fosse um comunismo eclesiástico para que as pessoas tenham comunhão.
É possível sim em um esporte onde as pessoas aprendem a competir, onde a pessoa faz o melhor de si, ela se desenvolver, crescer e saber ganhar e saber perder, isso é maturidade emocional, portanto a competição pode sim ser algo positivo se ela for adequadamente direcionada e não precisa prejudicar a comunhão.
1 Timoteo 4.8 parece mostrar que exercitar o corpo, um dos tipos de diversão e lazer mais procurados hoje em dia, é perda de tempo, é isso mesmo o que texto quer dizer? Não devemos exercitar o corpo, mas sim o espírito?
Nós estamos vendo a carta de Paulo a Timoteo, sendo que a primeira, a segundo e a de Tito são as chamadas cartas pastorais, e Paulo esta orientando Timoteo sobre como conduzir a Igreja de Deus, com cartas voltadas para esta situação, e lá o texto diz exatamente isso, que o exercício físico para pouco é proveitoso, existe discussão dos estudiosos, teve que chegou a sugerir que o exercício físico aqui seria o ato de comer, existe outras alternativas, enfim.... mas parece que a idéia mesmo é a referencia ao mundo greco-romano, a prática do exercício físico que era tão comum.
Agora veja bem, Paulo está fazendo uma consideração dentro de uma referencia de valores, quando você está falando do ministério, da carreira cristã, falando daquilo que envolve a direção da Igreja de Deus que tem a função de propagar o evangelho, é claro que o exercício bíblico tem um valor limitado, mas isso não significa que ele está dizendo que é proibido realizar exercícios físicos, que é inadequado, temos de entender a situação de contexto que muitas vezes não é considerada e as pessoas não percebem.
Paulo aqui não fala como médico, mas sim num contexto de comparação de valores, se perguntam a você: Você mais a Deus, a Cristo Jesus ou a sua esposa, o seu marido, seus filhos? Se responder, nossa Jesus, quer dizer que ele não da família então Deus é contra a família? Não, você tem que entender qual é o parâmetro de comparação.
No mundo antigo, as pessoas não tinham o problema de sedentarismo, as pessoas andavam a pé e era uma realidade natural, hoje num contesto onde temos um problema alimentar sério acompanhado do problema do sedentarismo, a questão de exercício físico para algumas pessoas virou questão de saúde, questão médica.
Então, não pode alguém que o médico disse para ele: -Você tem que fazer caminhada três vezes por semana e nadar, mas ai a pessoa fala: -A bíblia fala que o exercício bíblico para pouco se aproveita, esse médico tá por fora, tá amarrado em nome de Jesus e não quero mais conversa! Não é essa a idéia, nesse sentido ele precisa entender que o contexto é muito diferente e que o exercício físico nesse caso tem o seu papel nesse contexto distinto.
Até a próxima
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